Com o advento da concepção da autonomia moral e livre-arbítrio dos indivíduos, a questão das dores e provas futuras encontra uma nova noção, de acordo com o que se convencionou chamar justiça divina.
O
pior das discussões sobre os fundamentos do espiritismo se dá quando nos
afastamos do ponto central ou, tão prejudicial quanto, sequer alcançamos esse
ponto, ou seja, permanecemos na periferia dos fatos, casos e acontecimentos
justificadores. As discussões costumam, normalmente e para mal dos pecados, se
desviarem do foco e alcançar um estágio tal de distanciamento que fica
impossível um retorno. Em grande parte das vezes, o acirramento dos ânimos se
faz inevitável.
A ideia da autonomia moral é alentadora. Antes se dizia: “quem o alheio veste na praça o despe”. Essa palavra é expressiva, mas parcial, pois não abrange um percurso mínimo de explicação de um fato. Bem compreendida, porém, fará sentido e então não será repelida.