Maurice Herbert Jones (*)
Em
sua obra “A Revolução da Esperança”, o psicanalista Erich Fromm cita uma
intrigante história do livro “O Processo” de Franz Kafka. Um homem chega à
porta que conduz ao céu (a Lei) e pede ao porteiro que o deixe entrar. Este lhe
diz que não pode admiti-lo no momento. Embora a porta que leva à Lei esteja aberta,
o homem decide que é melhor esperar até ter permissão para entrar. Ele se senta
e espera durante dias e anos. Finalmente ele está velho e próximo da morte.
Pela primeira vez, ele faz a pergunta: “Como é que durante todos esses anos,
ninguém a não ser eu procurou entrar?” O porteiro respondeu: “Ninguém a não ser
você poderia ter permissão de cruzar esta porta, porquanto ela estava destinada
a você. Agora vou fechá-la.”
Os burocratas têm a última palavra. Esta é a moral da história de Kafka; se eles dizem não, ele não pode entrar. Se tivesse tido mais do que essa esperança passiva, ele teria entrado, e sua coragem para ignorar os burocratas teria sido o ato libertador.