Aos
pais (e mães) de verdade.
Desejamos homenagear os
pais, neste domingo, lembrando o drama que envolveu um pai de família zeloso.
O jóvem assassinado e seus pais. |
Na madrugada do crime, Ronei
fora esperar o filho na saída de uma festa organizada com o objetivo de angariar
fundos para a formatura de sua turma de escola. Tudo transcorreu bem, mas, ao
sair da festa, os jovens foram interceptados por um grupo em torno de 14
pessoas que passaram a agredi-los violentamente. Tentando ajudar os meninos, o
pai desceu do carro e também foi agredido com chutes e garrafadas. Mesmo assim,
conseguiu entrar no carro e levar o filho ao Hospital de Charqueadas, que o transferiu
para o Hospital Santo Antônio, em Porto Alegre, onde não resistindo aos
ferimentos morreu, por traumatismo craniano.
Conforme apurado pelas
autoridades policiais, a motivação para as agressões foi banal e decorreu do
fato de o jovem assassinado estar acompanhado de um casal de amigos, que
residem na cidade vizinha, São Jerônimo.
A gangue assassina, conhecida
como “bonde”, dentre outros delitos menores, costuma agredir jovens forasteiros,
conforme o Delegado de Charqueadas. Ao menos um dos integrantes do bando gabou-se
da crueldade da fúria criminosa, utilizando-se do WhatsApp.
O fato, chocante, é coerente
com a informação do Promotor de Justiça Roberto Alvim Junior, encarregado do
caso, de que durante os depoimentos ao Ministério Público os suspeitos não
demonstraram qualquer arrependimento sobre os seus atos: “ - Eles acham que isso é normal. Foi uma fatalidade, mas, para eles, é
assim mesmo. Não percebem a gravidade do que fizeram.”
Pela televisão, assistimos a
irremediável e profunda dor do pai pela perda do único filho, aos 17 anos de
idade, resumida numa frase: “ – Não
consegui proteger meu filho!”
A cena foi tão forte que mesmo
o experiente apresentador do telejornal da TV Globo, Evaristo Costa,
emocionou-se.
Trágicos assassinatos
proliferam pelo País, tristemente. Podem ocorrer em qualquer lugar, a qualquer
hora, com qualquer família. A violência incorporou-se ao nosso cotidiano. Em
2014, o Brasil atingiu o escandaloso índice de 25,81 assassinatos por 100mil
habitantes, um número absurdo, quando comparado aos 10/100mil que a Organização
Mundial de Saúde classifica como “índice de epidemia”.
A impotência dos indignados grita
na promessa do Promotor de Justiça de que o MP não descansará enquanto não
conseguir a internação máxima para os menores envolvidos: 3 anos!
Conforme as informações
divulgadas, o menor assassinado pertencia a uma família estruturada. Era ótimo
filho, amado e acompanhado por seus pais, excelente aluno, não tinha inimigos,
todos gostavam dele e o admiravam. Tinha amor à vida e projetos para o futuro,
queria cursar Mecatrônica...
Em nosso caminho de evolução
progressiva há tropeços, avanços e até prudentes recuos. É sempre difícil aceitar
e entender as razões dos desastres que vitimam pessoas do nosso convívio. Só mesmo o tempo, o amor dos familiares, o
afeto dos amigos, e a certeza de que a vida continua, pode reacender a
confiança de que devemos nos unir cada vez mais e trabalhar pela construção de
uma sociedade mais humana, justa, pacífica, solidária e responsável. Que o
drama vivido pela família Faleiro, e tantas outras, nos mantenha despertos e
ativos.
Neste “Dia dos Pais”
estendemos um abraço fraterno e a solidariedade da CEPABrasil a todos os que
assumem a função biológica ou não de pais (e mães) de verdade, que assumem e
educam seus filhos com amor, respeito, atenção e limites.
Homero Ward da Rosa – Presidente da CEPABrasil