O PARADIGMA IGNORADO
[Edição de agosto/2002 do CCEPA/OPINIÂO]
(*)
Maurice Herbert Jones foi um pensador espírita pernambucano radicado em Porto Alegre-RS,
presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, de 1978 a 1984, um dos
criadores do ESDE (Campanha de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita),
presidente da Sociedade Espírita Luz e Caridade (atual Centro Cultural Espírita
de Porto Alegre) por vários mandatos, Assessor da Presidência da
CEPA-Associação Espírita Internacional, desencarnado em 20.06.2021, aos 92
anos.
“Os antigos deuses envelheceram ou morreram e outros ainda não nasceram.” (Emile Durkheim)
O processo civilizatório a que estamos submetidos transcorre
como se nosso planeta fosse um gigantesco e dinâmico palco com cenários em
permanente mutação e atores em rodízio constante.
Este imenso espetáculo é dirigido por “matrizes ideológicas”
ou paradigmas que, num dado momento e cultura, tornam-se hegemônicos e,
portanto, eleitos para administrar o processo até que, esgotada sua virilidade,
senilizados, são substituídos por novos paradigmas.
Convém reconhecer, todavia, que o envelhecimento ou até mesmo a morte dos velhos deuses não é facilmente reconhecida. Sendo muito penosa a orfandade, é preferível um deus mumificado a deus nenhum, prolongando, assim, a crise de referências ao mesmo tempo em que os candidatos à sucessão são submetidos aos testes necessários.