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O presidente da CEPA, Dante López, publica na edição do boletim América Espírita - www.americaespirita.blogspot.com - vigoroso artigo. "Jesús, el hombre". onde ratifica o respeito que a doutrina espírita devota à ímpar figura histórica de Jesus de Nazaré.
Segue a versão em português do citado artigo.
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JESUS, O HOMEM
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Há suficientes evidências históricas para assegurar que, a cerca de 2.000 anos, viveu um homem que deixou indeléveis vestigios na humanidade. Seu nome foi Jesus de Nazaré e teve uma atuação tão impactante naquele momento histórico que ninguém poderá esquecê-lo.
Alguns o chamaram de Deus, porque, nessa época, tudo aquilo que não se compreendia trataba-se como sobrenatural ou se deificava. Outros tomaram-no como Messias, base de uma nova religião. Aqueles que detinham o poder o eliminaram físicamente, porque sua mensagem era de libertação individual. Falava da transcencência do espírito sobre a matéria, de que não eram necessárias edificações para construir templos, de que cada um podia ser dono de seu destino.
Com o passar do tempo, fez-se lenda e se teceram mil histórias acerca de sua vida, mas a essência de sua mensagem era profunda e concisa: somente pelo amor o ser humano encontrará o sentido da vida.
Como sói acontecer ao paradoxismo humano, em seu nome se edificaram templos, nomearam-se representes e se construiu a maior estrutura religiosa do Ocidente.
Também, sob o pretexto de “evangelizar”, impôs-se sua mensagem com violência, eliminaram-se físicamente aqueles que pensavam diferente e se organizaram guerras, combateu-se a ciência e, novamente, prevaleceu a ignorância e a necessidade de uns subjugarem os outros. Tudo muito distante de seus ensinamentos de amor.
Muitos anos se passaram desde então e, conhecendo a lei palingenésica, com certeza muitos de nós teremos vivido varias dessas circunstâncias descritas. Teríamos sido sacerdotes católicos, cruzados e/ou inquisidores? Muito provavelmente.
Através dessas experiências e após os erros cometidos no caminho, impõe-se a busca de um novo olhar sobre esse homem que foi Jesus de Nazaré, um autêntico espírito superior encarnado e, como muitos outros, incompreendido.
Da mesma forma que Jesus, Maomé, Confúcio, Lao Tsé, Sidarta Gautama foram exemplos, arquétipos, modelos a seguir, mais ou menos compreedidos.
No século XIX, na plenitude da ciência positiva, um homem, menos mistico e mais afeito à ciência, estabeleceu um marco: conseguiu desvendar o mecanismo da comunicação com os espíritos desencarnados.
O que lhe transmitiram fazia recordar em alguns aspectos os ensinos de Jesus, porque falavam da transcendencia do espírito sobre a materia, de que cada um é dono de seu destino e de que o sentido da vida é uma busca pessoal. Insistiam os espíritos que ninguém necessita ser salvo, porque ninguém está condenado.
Essa nova doutrina chamou-se Espiritismo, sem outros aditamentos, eis que provinha dos espíritos e também porque Rivail era um homem de ciências e como tal buscou um novo nome para algo novo.
Como a cultura que cercava Rival sofría a influência do Cristianismo derivado das interpretações opinativas feitas sobre os ensinos de Jesus, viu-se na necessidade de estudar as semelhanças, comparando-as, como todo o cientista, para dali tirar conclusões. Surpreendeu-se ao comprovar que os ensinos de Jesus podiam ser interpretados de forma distinta, à luz da doutrina dos espíritos, e que, quase 2.000 anos depois, chegara o momento de chamar cada coisa por seu nome.
Outra vez, entre o que um homem esclarecido pode compreender e expressar e aquilo que seus seguidores podem entender houve diferenças. A figura de Jesus foi e é moivo de controvérsias entre os espíritas também. É possível encontrar quem pense haver sido Jesus um agênere fluídico ou que o Espiritismo possa ser um sincrético produto do Cristianismo e outras religiões.
Os que estamos identificados com um Espiritismo laico, humanista, adogmático e progressista não concordamos com essa postura, embora a respeitemos, pois pensamos que todas as buscas de espiritualidade são convergentes e os caminhos se hão de encontrar.
Admiramos Jesus homem, o que ele representa como arquétipo do ser humano, e sonhamos nos libertar dos entraves do personalismo e da imposição. Aspiramos parecer-nos com ele, um homem firme em suas ideias e amoroso em suas ações, solidário com seus semelhantes, capaz de dedicar a vida a seus ideais, compreensivo com as limitações próprias e alheias, de pensamento universal, que valoriza, mas não julga nem condena. Alimentamos a segurança de que todos somos parte de um mesmo projeto em diferentes momentos de evolução.
Aos seres humanos, como nos demonstrou Jesus, também chegará o momento de “sentir” e “ver” o futuro com otimismo e segurança, compreendendo que trilhamos o caminho de um proceso progressivo que a todos envolve, porque temos a segurança de que por trás dessa aparente confusão está Deus, Inteligência suprema e Causa primeira de todas as coisas.
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