PARABÉNS
JACIRA!
No mês de maio de 2024 encerrou-se o período de 8
anos na presidência da CEPA - Associação Espírita Internacional - da brasileira e
querida amiga Jacira Jacinto da Silva.Não iremos pormenorizar nesse artigo
todos os atos e objetivos de seu
mandato, o que não é o caso para um breve artigo da imprensa espírita.
Para quem deseja conhecer melhor o pensamento de Jacira no âmbito da administração da CEPA recomendamos o artigo "Objetivos estratégicos para o livre pensamento espírita e para a CEPA", de autoria de Jacira Jacinto da Silva e Mauro de Mesquita Spinola, datado de 15 de janeiro de 2024, que pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico cepainternacional.org.
Faremos, nesse momento, apenas uma
pequena análise de algumas poucas características pessoais de Jacira que foram
levadas para a presidência da CEPA nesse longo período de dois mandatos.
Jacira, sobretudo, possui um grande
apreço pela obra de Allan Kardec, é, como costumamos dizer, uma kardecista de
mão cheia. Uma estudiosa atenta e incansável da filosofia espírita.
Mas não é uma idólatra da obra do professor
francês. Entende perfeitamente que as circunstâncias históricas em que a obra
de Kardec foi elaborada e os
condicionamentos culturais de encarnados e desencarnados, inclusive do próprio
Kardec, na edificação da obra, devem ser levados em consideração se
pretendemos um espiritismo para o século XXI.
A partir dessa compreensão, Jacira, em seus
anos de presidência, fez grandes esforços para a realização do que chamamos, já há alguns anos, de atualização do
espiritismo, sem que esta atualização perdesse de vista as bases fundamentais
colocadas por seu fundador.
Outra característica de Jacira é sua
extrema sensibilidade social. Sua sensibilidade já era plenamente conhecida ao
tempo em que era juíza de direito, época em que, ousadamente, para os padrões
médios dos profissionais de sua área, realizou atividades de ressocialização de
presos, como nos relata em seu livro Criminalidade: Educar ou Punir? editado
pelo CPDoc - Centro de Pesquisa e Documentação Espírita, no qual conta sua
interessante experiência.
Por ocasião de sua presidência na CEPA, jamais escondeu seu desconforto
com esse mundo de desigualdades e injustiças no qual vivemos. Buscou colocar a
filosofia espírita no mundo contemporâneo, através de sua atuação no movimento
espírita laico e livre pensador, sempre em sintonia com os problemas sociais de
nosso tempo.
E, finalmente, Jacira buscou criar
laços de amizade com outros espíritas no
mundo, através de suas viagens por vários países, buscando estabelecer pontes
de diálogo, sob as bases do livre pensamento e da alteridade.
Seu companheiro de vida, Mauro
Spínola, também membro do Conselho Executivo da CEPA, foi fundamental nessa trajetória
de sucesso de Jacira, com seu apoio e trabalho incansáveis, merecendo, por
isso, destaque especial.
Merece destaque também todo o Conselho Executivo da CEPA que atuou
durante os dois mandatos de Jacira. Os que lideram sabem que sem companheiros
dedicados nada se faz nesse mundo. Jacira foi uma liderança que valorizou o
coletivo, sem personalismos menores, e foi, por isso, profundamente democrática
em suas administrações.
Como um dos coordenadores da coleção
livre-pensar: espiritismo para o século XXI, editadas pela CEPA e CPDoc,
que já vai para a sua segunda série de livros, é necessário lembrar e agradecer
todo o apoio de Jacira a esta iniciativa. Do primeiro momento em que
apresentamos o projeto ao Conselho Executivo da CEPA até os dias de hoje seu
apoio foi permanente e pleno em entusiasmo.
Parabéns Jacira! Sua tarefa foi cumprida
brilhantemente. Agora você merece alguns dias de descanso das muitas atividades
nas quais está envolvida, inclusive, das numerosas e extenuantes atividades da Fundação
Porta Aberta, instituição que se tornou um paradigma de eficiência e seriedade em
seus objetivos de assistência social.
Só nos resta dizer, como espíritas laicos e
livres-pensadores brasileiros, que nos orgulhamos muito dessa grande mulher brasileira
que ora deixa a presidência da CEPA.
Desejamos ao novo presidente da CEPA,
José E. Arroyo, de Porto Rico, e sua diretoria, toda a sorte para a nova fase.
Os desafios para uma instituição tão importante ao movimento espírita internacional
são imensos, dada a complexidade de uma instituição que tem que lidar com
espíritas de vários países, cada qual com seu movimento espírita, história e
cultura peculiares.
Enfim, que a CEPA continue trilhando
pelos caminhos de um espiritismo verdadeiramente kardecista, progressista,
progressivo, laico, humanista e livre-pensador. Um espiritismo capaz de
dialogar com as complexidades científicas, filosóficas, culturais, éticas e
sociológicas deste século XXI.
Ricardo de Morais Nunes
Presidente da CEPABrasil
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