19º ENLIHPE Encontro Nacional daLiga de Pesquisadores do Espiritismo 24 e 25 de AGOSTO de 2024.
Local : União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo
Rua Dr. Gabriel Piza, 433 - Santana /São Paulo - SP
19º ENLIHPE Encontro Nacional daLiga de Pesquisadores do Espiritismo 24 e 25 de AGOSTO de 2024.
Local : União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo
Rua Dr. Gabriel Piza, 433 - Santana /São Paulo - SP
Reinaldo Di Lucia
À Associação Brasileira de Pedagogia Espírita – ABPE
Em nome do CPDOC – Centro de Pesquisa e Documentação Espírita
e da CEPABrasil – Associação Brasileira dos Delegados e Amigos da CEPA,
queremos parabenizar a ABPE – Associação Brasileira de Pedagogia Espírita pela
realização do evento KARDEC PARA O SÉCULO XXI nos dias 06 e 07 de julho de 2024,
na cidade de Bragança Paulista.
Momentos de aprendizado, reflexão, confraternização, arte e
mediunidade marcaram dois dias prazerosos de convívio com espíritas de diversas
cidades do país.
Esperamos nos encontrar em outras oportunidades em eventos da
ABPE, do CPDOC ou da CEPA sempre com o espírito aberto ao diálogo e à
fraternidade que deve reunir os espíritas, especialmente os que buscam a
“espiritualidade livre e crítica”!
Santos / Curitiba, 13 de julho de
2024.
Saulo de Meira Albach – Presidente do
CPDOC
Ricardo de Morais Nunes – Presidente
da CEPABrasil
LA CEPA EN ACCIÓN
DANTE LÓPEZ
Ex-Presidente da CEPA (2008/2016)
É uma alegria imensa escrever este artigo para destacar a extraordinária experiência que vivemos no último mês de maio, na formosa Ilha de Porto Rico, onde compartilhamos dias inesquecíveis durante o 24º Congresso da CEPA.
Em meio ao calor e a eficiência dos
anfitriões foram se sucedendo dias de enriquecedoras vivências. Conhecimentos
novos relacionam-se com aqueles que foram reafirmados com o aporte de novas
investigações.
O primeiro dia do Congresso começou com
um presente dos anfitriões previamente preparado: um passeio pela Geografia e a
Cultura Porto-riquenha. Compartilhamos uma viagem coletiva à cidade de Cabo
Rojo. Ali pudemos visitar a centenária Instituição Espírita “Amor ao Bem”, onde
fomos recebidos por sua Diretora Ana Troche e tivemos oportunidade de saudar
nosso velho amigo Flavio Acarón, além de verificar o reconhecimento que
mereceram ganhar os Espíritas de Cabo Rojo na Sociedade Civil da Ilha.
A partir do segundo dia, o elenco de
oradores, coordenados magistralmente pela Comissão Organizadora, foi aportando
aos assistentes presenciais e virtuais uma combinação de temas onde prevaleceu
a atualidade da análise de temáticas transcendentais. O Espiritismo ratificou
sua vigência, sendo reafirmada por todos e cada um dos expositores, embora
também se observasse a maneira em que, seguindo as bases kardecianas, é
permeado pela evolução do conhecimento humano.
Desde a primeira exposição de Yolanda
Clavijo, que nos comoveu com sua experiência pessoal e suas conclusões baseadas
na realidade da vida, pudemos ver a importância do enfoque da CEPA: Um
Conhecimento Espírita livre-pensador, laico, sistemático, progressista e aberto
a outros conhecimentos que o enriquecem e complementam. Deixando o auditório
com a sensibilidade à flor da pele, Yolanda abriu as portas para temas tão
variados e comovedores como a Educação, a Solidariedade posta em ação e os
aportes da Ciência aos novos paradigmas da Espiritualidade.
Mais tarde, foram se sucedendo a
apresentação de livros sobre Evolução e sua permanente mudança de paradigmas,
assim coo a reafirmação da Palingenesia como método indispensável ao progresso
do Espírito.
Percebeu-se um clima muito especial,
obviamente criado por nossos amigos de Porto Rico, onde se sucederam mostras de
afeto, presentes, música, alegria, combinados com os aportes intelectuais dos
oradores no rumo da Atualização do Espiritismo como Filosofia de Consequências
Morais e Éticas.
Viu-se a todo momento a importância da
continuidade no Pensamento Cepeano que manteve viva a chama do Espiritismo
Laico na figura da Presidente que deixava o cargo, Jacira da Silva, a quem
oferecemos o reconhecimento por oito anos de árduo labor, acompanhada por uma
excelente equipe, com a inestimável colaboração de seu esposo, o ilustrado e
reconhecido espírita paulista Mauro de Mesquita Spínola.
O novo período que se abre a partir
deste Congresso traz novas e jovens propostas impulsionando essa continuidade
na CEPA, sob as mãos de José Arroyo, que, com uma equipe porto-riquenha e
internacional, apresenta-se com a melhor disposição para continuar a tarefa.
A CEPA, nascida há 78 anos, promoveu e
promove a Evolução e a Diversidade em seus processos de condução. Cada equipe
que assumiu em cada período lhe legou suas características e enfrentou os
desafios de cada época com a segurança de ter sempre vigentes os princípios
kardecianos e principalmente os que Kardec deixou bem marcados: o Espiritismo
evolucionará com o Conhecimento Humano, sob pena de perecer.
Estamos seguros de que este novo ciclo
que se inicia, com a condução de nosso amigo José Arroyo relança a CEPA a uma etapa de consolidação e crescimento.
Por isso, desde esta coluna, e com a experiência de conhecer o desafio que
representa cada etapa, desejamos a ele manter a sua alegria e seu otimismo,
levando-nos ao futuro possível.
No Congresso ficou amplamente
demonstrada a capacidade de planejamento e execução, razão suficiente para a
tranquilidade quanto ao futuro da CEPA.
Obrigado, José e toda a equipe, pela
disposição ao trabalho de divulgação do Espiritismo!
NOVO CONSELHO EXECUTIVO
Os
congressos da CEPA, realizados de quatro em quatro anos, desde sua fundação, em
1946, também reúnem sua Assembleia Geral para eleger seus dirigentes.
Tradicionalmente, sua presidência e vices obedecem a rodízio, no qual
contemplam os principais países onde a CEPA tem instituições filiadas. Eis sua
nova composição:
Presidente: José Arroyo (Porto
Rico); Vice-presidências regionais: Gustavo Molfino (América do Sul); Yolanda
Clavijo Blas (Norte da América do Sul e Caribe); Daniel Torres (América Central
e México); Jacques Peccatte (Europa). Assessores Internacionais: Jacira Jacinto
da Silva, Dante López, Milton Medran Moreira e Jon Aizpúrua; Assessores
Especiais: Rosa Diáz Outeriño (AIPE); Ricardo de Morais Nunes (CEPABrasil);
Yolanda Clavijo (CIMA); Conselho Fiscal: Nydia Lozada, Alexandre Cardia Machado
e Salomão Jacob Benchaya. Departamentos Técnicos: Ivete Ayala (Comunicação);
Mauro Spínola (Investigação e Produção de Conteúdo).Coordenadores de áreas:
Comunicação – Zoraida Diaz e Sandra Rodriguez (Criação de Audiovisuais e
Mídias); Mercedes Culzoni e Vivian Mattei (Estratégia e Execução); Victor da
Silva (Divulgação em Redes Sociais e Página WEB; Nelly Urruzola
(Correspondência e Intercâmbio); Investigação e Produção de Conteúdo – Gustavo
Molfino (Investigação); Ademar Chioro dos Reis, Mauro Spínola e Ricardo de
Morais (Coleção Livre-Pensar Espírita);
Sandra Régis (Arte e Cultura).
Postamos este artigo como uma homenagem póstuma ao querido Eugênio Lara, pensador espírita desencarnado em 6 de junho de 2024. Com nossa gratidão pelo legado ao espiritismo livre-pensador, humanista, plural e progressista.
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BOM SENSO E SENSO COMUM
Eugenio Lara*
Em diversas oportunidades Allan Kardec declara que o Espiritismo é uma questão de bom senso.
A
questão do bom senso está sempre presente no pensamento de Allan Kardec. Isso
pode ser detectado e observado na leitura de toda a Kardequiana. Mas, afinal, o
que é esse bom senso de que o fundador do Espiritismo e os espíritos tanto
falam?
Podemos
começar a entender o que é esse bom senso no contexto kardequiano ao
compreendermos que ele não é o “senso comum” usado no cotidiano pelas pessoas.
Por se tratar de um conjunto de conhecimentos acumulados por determinado grupo
social, o senso comum é cultural, baseado na tentativa e no erro. Não é
científico, não é filosófico.
O
senso comum produz espontaneamente um critério de verdade aceito por
determinado grupo, herança dos costumes, sem que haja a reflexão, apenas
segue-se a tradição, variando de cultura para cultura porque possui
enraizamento cultural, social.
Já
o bom senso exige reflexão, racionalidade. O critério de verdade eleito pelo
bom senso está associado à reflexão filosófica, ao livre-pensar, ao uso da
razão e da intuição, onde a intuição deve estar a serviço da razão e não o
inverso. É por isso que o Espiritismo é uma doutrina racional, onde o bom senso
exerce lugar de destaque.
O
bom senso de Kardec é semelhante ao cartesiano. No Discurso do Método, o
grande filósofo francês René Descartes inicia suas reflexões justamente sobre
essa questão. Segundo ele, o bom senso “é a coisa mais bem distribuída do
mundo” porque é igual em todos os homens. Descartes define o bom senso como “o
poder de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso”. Bom senso é
sinônimo de razão.
Conceito
semelhante desenvolve Allan Kardec em suas reflexões, onde o bom senso e
razão são inseparáveis. Não existe razão sem bom senso e nem bom senso sem
razão. Razão, lógica e bom senso são um trinômio inseparável
no pensamento de Kardec, porque para ele o Espiritismo representa um pensamento
peculiar, com identidade própria, que satisfaz, ao mesmo tempo, “à razão, à
lógica, ao bom senso e ao conceito em que temos a grandeza, a bondade e
a justiça de Deus” (...) pela fé inabalável que proporciona.” (O Céu e o
Inferno, cap. I, segunda parte, 14 – FEB).
Segundo
Allan Kardec, para se avaliar o valor, a qualidade dos Espíritos, “não há outro
critério senão o bom senso”. “Absurda será qualquer fórmula que eles
próprios deem para esse efeito e não poderá provir de Espíritos superiores”,
conclui. (O Livro dos Médiuns, cap. XXIV, item 267 – FEB).
Quem
julgará as interpretações diversas e contraditórias fora do campo teológico? –
pergunta Kardec em Caracteres da Revelação Espírita. Ele mesmo responde: “O
futuro, a lógica e o bom senso”. (A Gênese, cap. I – 29 –
FEB).
Na
primorosa introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, acerca da
análise de informações e conceitos oriundos dos Espíritos, Kardec é bem
taxativo: devem ser rejeitados quando entrem em contradição “com o bom senso,
com uma lógica rigorosa e com os dados positivos já adquiridos, (...) por mais
respeitável que seja o nome que traga como assinatura”. (FEB – grifo meu).
Não foi
à-toa que o grande astrônomo Camille Flammarion, em discurso fúnebre proferido
no enterro do mestre lionês, chamou Allan Kardec de “O Bom Senso Encarnado”:
“Razão
reta e judiciosa, aplicava sem cessar à sua obra as indicações íntimas do senso
comum. Não era essa uma qualidade somenos, na ordem de coisas com que nos
ocupamos. Era, ao contrário – pode-se afirmá-lo – a primeira de todas e a mais
preciosa, sem a qual a obra não teria podido tornar-se popular, nem lançar pelo
mundo suas raízes imensas”. (Obras Póstumas – FEB).
____________________________________
*Eugenio Lara,
arquiteto e designer gráfico, é membro-fundador do Centro de Pesquisa e
Documentação Espírita, editor-fundador do site PENSE – Pensamento Social
Espírita
PARABÉNS
JACIRA!
No mês de maio de 2024 encerrou-se o período de 8
anos na presidência da CEPA - Associação Espírita Internacional - da brasileira e
querida amiga Jacira Jacinto da Silva.Não iremos pormenorizar nesse artigo
todos os atos e objetivos de seu
mandato, o que não é o caso para um breve artigo da imprensa espírita.
Para quem deseja conhecer melhor o pensamento de Jacira no âmbito da administração da CEPA recomendamos o artigo "Objetivos estratégicos para o livre pensamento espírita e para a CEPA", de autoria de Jacira Jacinto da Silva e Mauro de Mesquita Spinola, datado de 15 de janeiro de 2024, que pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico cepainternacional.org.
Faremos, nesse momento, apenas uma
pequena análise de algumas poucas características pessoais de Jacira que foram
levadas para a presidência da CEPA nesse longo período de dois mandatos.
Jacira, sobretudo, possui um grande
apreço pela obra de Allan Kardec, é, como costumamos dizer, uma kardecista de
mão cheia. Uma estudiosa atenta e incansável da filosofia espírita.
Mas não é uma idólatra da obra do professor
francês. Entende perfeitamente que as circunstâncias históricas em que a obra
de Kardec foi elaborada e os
condicionamentos culturais de encarnados e desencarnados, inclusive do próprio
Kardec, na edificação da obra, devem ser levados em consideração se
pretendemos um espiritismo para o século XXI.
A partir dessa compreensão, Jacira, em seus
anos de presidência, fez grandes esforços para a realização do que chamamos, já há alguns anos, de atualização do
espiritismo, sem que esta atualização perdesse de vista as bases fundamentais
colocadas por seu fundador.
Outra característica de Jacira é sua
extrema sensibilidade social. Sua sensibilidade já era plenamente conhecida ao
tempo em que era juíza de direito, época em que, ousadamente, para os padrões
médios dos profissionais de sua área, realizou atividades de ressocialização de
presos, como nos relata em seu livro Criminalidade: Educar ou Punir? editado
pelo CPDoc - Centro de Pesquisa e Documentação Espírita, no qual conta sua
interessante experiência.
Por ocasião de sua presidência na CEPA, jamais escondeu seu desconforto
com esse mundo de desigualdades e injustiças no qual vivemos. Buscou colocar a
filosofia espírita no mundo contemporâneo, através de sua atuação no movimento
espírita laico e livre pensador, sempre em sintonia com os problemas sociais de
nosso tempo.
E, finalmente, Jacira buscou criar
laços de amizade com outros espíritas no
mundo, através de suas viagens por vários países, buscando estabelecer pontes
de diálogo, sob as bases do livre pensamento e da alteridade.
Seu companheiro de vida, Mauro
Spínola, também membro do Conselho Executivo da CEPA, foi fundamental nessa trajetória
de sucesso de Jacira, com seu apoio e trabalho incansáveis, merecendo, por
isso, destaque especial.
Merece destaque também todo o Conselho Executivo da CEPA que atuou
durante os dois mandatos de Jacira. Os que lideram sabem que sem companheiros
dedicados nada se faz nesse mundo. Jacira foi uma liderança que valorizou o
coletivo, sem personalismos menores, e foi, por isso, profundamente democrática
em suas administrações.
Como um dos coordenadores da coleção
livre-pensar: espiritismo para o século XXI, editadas pela CEPA e CPDoc,
que já vai para a sua segunda série de livros, é necessário lembrar e agradecer
todo o apoio de Jacira a esta iniciativa. Do primeiro momento em que
apresentamos o projeto ao Conselho Executivo da CEPA até os dias de hoje seu
apoio foi permanente e pleno em entusiasmo.
Parabéns Jacira! Sua tarefa foi cumprida
brilhantemente. Agora você merece alguns dias de descanso das muitas atividades
nas quais está envolvida, inclusive, das numerosas e extenuantes atividades da Fundação
Porta Aberta, instituição que se tornou um paradigma de eficiência e seriedade em
seus objetivos de assistência social.
Só nos resta dizer, como espíritas laicos e
livres-pensadores brasileiros, que nos orgulhamos muito dessa grande mulher brasileira
que ora deixa a presidência da CEPA.
Desejamos ao novo presidente da CEPA,
José E. Arroyo, de Porto Rico, e sua diretoria, toda a sorte para a nova fase.
Os desafios para uma instituição tão importante ao movimento espírita internacional
são imensos, dada a complexidade de uma instituição que tem que lidar com
espíritas de vários países, cada qual com seu movimento espírita, história e
cultura peculiares.
Enfim, que a CEPA continue trilhando
pelos caminhos de um espiritismo verdadeiramente kardecista, progressista,
progressivo, laico, humanista e livre-pensador. Um espiritismo capaz de
dialogar com as complexidades científicas, filosóficas, culturais, éticas e
sociológicas deste século XXI.
Ricardo de Morais Nunes
Presidente da CEPABrasil
VI ENCONTRO DA CEPABRASIL É ADIADO EM DECORRENCIA DAS
ENCHENTES
COMUNICADO
A Diretoria Administrativa da CEPABrasil, reunida em 03.06.2024, após
análise da situação calamitosa pela qual atravessa o Estado do Rio Grande do
Sul e, em especial, sua Capital – Porto Alegre -, cujo aeroporto deverá
permanecer inoperante até o final do ano, dificultando o acesso de visitantes à
cidade, decidiu adiar aquele evento para o próximo ano, em datas a serem
divulgadas oportunamente.
Outrossim, esclarece que o pagamento da taxa de inscrição já efetuado
permanecerá válido para as novas datas. Eventuais e compreensíveis desistências
deverão ser comunicadas para efeito de ressarcimento dos respectivos valores.
Finalmente, roga desculpas aos participantes que, eventualmente, já
tenham adquirido suas passagens aéreas pelos possíveis contratempos que poderão
enfrentar junto às companhias aéreas.
Atenciosamente,
Ricardo de Morais Nunes – Presidente
da CEPABrasil
Salomão Jacob Benchaya – Comissão
Organizadora
Jailson Lima de Mendonça* - Santos/SP
Este texto teve como motivação alguns
questionamentos e reflexões sobre nosso comportamento, em especial como
espíritas, a responsabilidade do exemplo e também do distanciamento entre o
discurso e a ação no contexto que vivemos.
Consideramos interessante a
capacidade que temos de nos indignar momentaneamente quando recebemos uma
notícia ou um post nas redes de
informação em especial as sociais, as quais muitas vezes nos causam tristeza,
revolta mesmo, enquanto em outros nos levam à reflexão sobre nossa própria
vida, valores, potencialidades e limitações.
Em alguns casos, no sentido positivo,
nos embebecemos de uma vontade que antes não estava presente, como se fora um
impulso, um pensar o que não havíamos pensado, um querer assumir e acreditar
que somos capazes de realizar. Em outros, no sentido negativo, nos sentimos
fragilizados, às vezes impotentes, mas que nos incita pra fazer, mudar,
realizar, mas que no geral se vai esvaindo e voltamos ao nosso estado de ser tentando
nos conformar de que não podemos fazer mais do que já estamos fazendo. Será?!
Vivemos em um mundo onde, ainda, as
pessoas são analisadas, julgadas e criticadas pela aparência, pelo visual, por
suas posses e não estamos preocupados com o que os outros efetivamente tem a
oferecer, qual a contribuição que tem pra dar e agregar ao meu próprio
aprendizado.
As notícias que vemos ou fatos que
presenciamos no geral nos deixam inertes, como se não tivéssemos nada a ver com
isso. E vem o inquietamento, pois é difícil acreditar que vivendo no século XXI
com a imensidão de conhecimento e informações que já foram desenvolvidos,
pensados e escritos, não nos parece crível que agimos desta ou daquela maneira
e que muitas das atitudes que consideramos aceitáveis parecem exceções.
Verificamos que a construção efetiva
se dá num passo muito menor do que da nossa capacidade criativa e intencional.
A execução, o agir, esbarra em uma série de artefatos, concretos ou não, que a
nossa vontade não consegue transpor. E porquê?
Somos todos iguais na origem, e espíritos
num processo natural de desenvolvimento individual, com livre arbítrio e
inteligência, mas que necessariamente passamos ou adquirimos aprendizado
através da relação com o outro.
Quando falamos da distância entre o discurso e
ação, será que o falar, por si só não seria uma ação? Já que ao falarmos
estamos de alguma forma nos comprometendo ou influenciando aquele que escuta?
As ações dos seres humanos, ou
melhor, dos espíritos encarnados, são representadas por uma linguagem verbal ou
não que de toda forma gerará consequências a partir da capacidade
representativa do autor e sua vontade, ou seja, do seu campo de influência e
dos diversos motivos que animam os interesses pessoais e coletivos.
E nesse momento que vivemos um
período de revisão de valores é preciso ceder espaço à reflexão de que quanto
mais se assume o que se é, embora não sem dor, abre-se caminho para a
felicidade.
Não dá
para fugir, se aqui estamos, estamos para fazer e realizar, assumindo a
responsabilidade dos nossos pensamentos, ações e comportamentos, ou seja, a
parte que nos cabe na construção de uma nova sociedade mais ética, justa e
fraterna.
Questionamentos,
dificuldades, resistências e reflexões haverão, mas não há mudanças sem esforço
e comprometimento.
Somos
espíritos e temos nosso livre-arbítrio o que significa a possibilidade de
optarmos entre muitas variáveis, exercendo o direito de escolha e praticando o
exercício da vontade como garantia do poder de executar nossa decisão. Ora,
todas essas atitudes só se concretizarão a partir de uma base de conhecimento
do porquê, das razões e de se ter um consistente objetivo para a vida.
Portanto, devemos agir com
parcimônia, mas quais são os limites da virtude da tolerância? Pensamos que
pode se resumir em dois princípios: “Não faças aos outros o que não queres
que te façam a ti” e “Não deixes que te façam o que não farias a outrem”.
________________________________________
*Jailson Lima de Mendonça, casado,
advogado e contador, Presidente do Centro Espírita Beneficente Ângelo Prado,
Santos/SP e ex-presidente da CEPABrasil.
Salomão Jacob
Benchaya(*)
No espiritismo, que é um movimento evidentemente diversificado, segmentado, também encontramos espíritas ortodoxos, apegados excessivamente aos textos fundadores e avessos a uma reflexão contemporânea sobre as ideias basilares de Allan Kardec. Afirmam que “fora de Kardec, não há espiritismo” ou que “o Espiritismo é um só”. Percebem como verdade apenas o que se encontra na literatura kardeciana toda ela ditada e supervisionada pelos “espíritos superiores”. Sendo a “3ª revelação divina”, como equivocadamente Kardec o situou, tornar-se-ia uma doutrina infalível, portanto, definitiva e indiscutível, terreno já dominado ao qual, um dia, a Ciência poderá alcançar.
Maurice Herbert Jones (*)
Os burocratas têm a última palavra. Esta é a moral da história de Kafka; se eles dizem não, ele não pode entrar. Se tivesse tido mais do que essa esperança passiva, ele teria entrado, e sua coragem para ignorar os burocratas teria sido o ato libertador.
Claudia Regis Machado*
É
da natureza humana fazer um julgamento, uma avaliação do mundo de acordo com suas
crenças.
Não
estou restringindo aqui ao aspecto moral do que é certo ou errado, mas um olhar
que abrange vários itens da vida humana onde está contido também a perspectiva
ética que compõem nossas crenças, a nossa percepção de mundo.
Cada
pessoa é um mundo, que passa por situações e vivencias com as
com as quais sofreu e aprendeu, que só ela conhece e compreende.
Na maioria das vezes acreditamos que a nossa visão é a única válida, e isto atrapalha de ir, de ver mais além, e compreender outras perspectivas diferentes.
Saulo de Meira Albach - Procurador na Prefeitura Municipal de Curitiba, músico e atual presidente do CPDoc (Centro de Pesquisa e Documentação Espírita)
O Espiritismo Kardecista ao defender a liberdade de pensamento e de consciência (crença), como se vê nas questões 833 a 842 de “O Livro dos Espíritos”, bem como ao excluir como critério de acesso à suprema felicidade a filiação a uma Igreja ou à verdade absoluta (posto que todos os sistemas de crença entendem possuir a verdade), elegendo em seu lugar a caridade – que pode ser praticada por todos, como se vê no Capítulo XV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, deixa evidente sua adesão ao postulado da tolerância. Em “O Que é o Espiritismo”, no interessante “diálogo com o padre”, Allan Kardec afirma que “a liberdade de consciência é consequência da liberdade de pensar, que é um dos atributos do homem; e o Espiritismo, se não a respeitasse, estaria em contradição com os seus princípios de liberdade e tolerância”.[1]
Em busca de uma sociedade mais justa e igualitária
A questão da Mulher – do Ser
Feminino
Pensando em dar mais alguma
contribuição para o tema central do Fórum: “Propostas para o Espiritismo
Futuro: quebra de paradigmas”, decidi trazer uma questão, também social e muito
importante, que reflete ou afeta diretamente a nossa evolução enquanto espíritos
imortais, que é a questão da mulher, do ser feminino.
Este é um tema com o qual eu
estou diretamente envolvida e, portanto, acho que posso ter algo a contribuir
para a reflexão proposta por este Fórum.
Maria Cristina Zaina*
Kardec pertence ao século XIX, enquanto a maior parte das pesquisas médicas sobre o sonho e o sono se inicia efetivamente em meados do século XX. Isso, per si, justifica a necessidade de um diálogo entre estas duas áreas que, por abordar diferentes aspectos do Ser, se complementam: a medicina trata basicamente da matéria e o Espiritismo, do espírito e de suas relações com a vida corporal. É extremamente importante que possamos integrá-las para uma maior compreensão do todo.
Alexandre Cardia Machado*
Meu cunhado e ex-presidente do ICKS, Roberto Rufo, há alguns anos me presenteou com um exemplar de A parte e o Todo, escrito por Heisenberg lá pelos anos 1960. É um livro que descreve as angústias e os desafios do desenvolvimento da Física Atômica e Quântica. Heisemberg é o autor do conhecido do chamado “Princípio da Incerteza”, que acabou com o último paradigma da Física Clássica ao afirmar que não era possível determinar ao mesmo tempo a posição e a velocidade de um elétron em seu movimento ao redor do núcleo atômico. Este mesmo princípio levou filósofos pelo mundo todo a questionar, se não podemos saber com certeza, como se comporta uma partícula, como podemos estar tão certos de como se comporta, portanto, um objeto complexo?
Doutrinadores religiosos sustentam que a verdade liberta. Não se duvide. Jesus de Nazaré prenunciou que o homem estaria destinado a conhecer a verdade e que ela seria o fator determinante de sua libertação.
Por ora, no entanto, não temos mais que aproximações da verdade sobre as questões fundamentais que dizem com o universo, a inteligência dos seres, suas origens e os destinos a eles reservados. A ciência trabalha com hipóteses capazes de apontar caminhos ao
Dirce Carvalho Leite – Pedagoga e Presidente do CCEPA – Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, RS, Brasil.
Por um tempo longo demais, a Igreja tradicional admoestou seus fiéis com a máxima: “Fora da Igreja não há salvação”. Allan Kardec, corajosamente, ousou discordar e apresentou uma alternativa qualitativa ao propor: “Fora da Caridade não há salvação”. Nesta bandeira, o indivíduo dava um passo necessário na superação da heteronomia para a responsabilidade autônoma, que vislumbra o valor das próprias escolhas e das vitórias individuais, diante de uma ação intransferível e reflexiva, frente à realidade social em que vive.