05 dezembro 2024

Unir teoria e prática, o grande desafio - Dirce Terezinha Habkost de Carvalho Leite

Unir teoria e prática, o grande desafio (publicado no jornal CCEPA OPINIÃO de agosto 2018).

Dirce Terezinha Habkost de Carvalho Leite, Pedagoga, Assessora Administrativa do CCEPA

      “A convivência é a grande lei” (Maurice Herbert Jones). Conceitos novos, por si sós, não mudam práticas. Podemos ampliar conhecimentos, ideias, compreensões que podem ser ricas e consistentes, mas não são suficientes. Não garantem práticas humanas com eles coerentes e, assim, melhores. Mudar a prática, aperfeiçoando-a, envolve a área dos desejos, das emoções, dos sentimentos, das subjetividades de cada ser. Envolve expansão da consciência que, então, desaguará na ação coerente com a teoria já abraçada intelectualmente.

      Difícil, sem dúvida, mas bela e realizadora a tarefa evolutiva. É como trilhar um novo e desconhecido caminho. A luminosidade antecipa a geografia e os acidentes da estrada, mas não remove os obstáculos. Isso cabe ao caminhante. A razão, a criatividade, a intuição e a gama de desejos de superação, vontade e decisão necessitam atuar unidos na busca de estratégias que orientem os passos, previnam prejuízos e facilitem o alcance do destino final.

      Teoria e prática, aliados importantes de nossa jornada na Terra, dois universos tão distintos e, ao mesmo tempo, tão semelhantes em sua razão de existir, nos educam e nos elucidam, cada um a seu modo, sempre que os aproximamos e estabelecemos o nexo de sentido que há entre eles. Apresentam-nos campos distintos, mas reciprocamente significantes e dependentes. Necessitam retroalimentarem-se para cumprir seus destinos e finalidades. Na interseção de ambos está a riqueza. Há uma seiva de vida que os liga e que circula entre ambos, esperando ser descoberta e assimilada por nós para enobrecer nossa forma de sentir, pensar e agir. A realidade inspira e embasa o conhecimento, já que a teoria é a sistematização, o ordenamento e a expressão das observações e da racionalidade humana sobre a experiência dos seres, em todas as áreas. Mas a teoria, sendo a reflexão da realidade, nos remete para além dos fatos. Por isso mesmo, ela nos dá novas visões, abrindo-nos o ainda não considerado e o que não poderia ser visto anteriormente. Já, a prática, ensaio e experimentação, muitas vezes cega e reativa, e em função disso, muitas vezes altamente dolorida, é a expressão do que somos, pois nossa conduta nos revela, sendo o resultado de tudo que absorvemos e construímos até o momento, denotando, assim, toda nossa complexidade. Necessitamos da prática:” ... estais ainda aprendendo a distinguir o erro da verdade e necessitais das lições da experiência para o exercício do vosso julgamento e vos fazer avançar.”(Sto. Agostinho em O Livro dos Espíritos – Cap. IX). É o conhecimento que nos dá elementos de bem analisar nossa prática e, sempre que oportuno for, superá-la, reinventá-la e construí-la em novas bases. Evidentemente, essa união, teoria e prática, acompanhada do adequado exame nutrido do pensamento crítico, resultará na síntese sempre individual possível a cada um, além de vir a convergir, necessariamente, para nosso melhoramento, felicidade e utilidade no coletivo.

      Assim, o conhecimento e seu manancial de “luminosidade” têm o poder de apresentar um novo panorama, um renovado ideário, um mundo de novas possibilidades de expressão da nossa potência humana. No entanto, o que chamamos “evolução” o conhecimento não executa. A instância dos desejos, da vontade, do esforço e da disciplina e determinação, aliada a um bom nível de autoconhecimento, autoaceitação e, é claro, boa dose de humildade, é determinante e precisa ser acionada. Como diz nosso tão querido amigo e mestre Jones, “...esse desejo de mudança precisa nascer das entranhas.”    

      Unir teoria e prática, aspiração de todo espírita consciente e lúcido, envolve encontrar o equilíbrio entre o conhecimento doutrinário e a educação dos sentimentos, esse tsunami interno que insiste em revelar-nos no saudável e no nem tanto. Preciso é, de tempo em tempo, fazer a correção das rotas que podem nos conduzir de encontro aos rochedos, onde o verde da vida não habita. Envolve criar caminhos para o florescimento da vida interior, dos silêncios para se escutar, alimentando rituais de autoconhecimento. Envolve sair de si mesmo, também, para se enriquecer, bebendo na interdependência humana tudo que ela nos pode oferecer em ensinos e exemplos. Envolve construir uma convivência fraterna, capaz de partilhar tudo que aprendemos sem, no entanto, esmagar nosso semelhante com a nossa pretensa sabedoria, até porque ela é tão frágil e tão transformável. Envolve duvidar das próprias certezas e respeitar, profundamente, as certezas momentâneas dos demais. Respeitar não significa sempre concordar. Mário Sérgio Cortella bem ilustra isso: “... seja rigoroso no pensamento e opinião sem ferir quem discorde.” Eu diria, sem humilhar, sem ironizar pejorativamente a fala do outro, até porque isso nos diminui ao nosso próprio olhar e nada constrói de positivo.

      Fazer “nascer das entranhas” uma nova prática é ir construindo evolução. Eleger pequenas prioridades, colhendo-as nos indicadores diários de nossa conduta, nas consequências que nossos atos geram em nossos relacionamentos, poderá ser, quem sabe, útil, seja em nosso lar, seja em todos os demais ambientes de convivência que a vida contemporânea nos abre. Essa a essencial aprendizagem. Estejamos, assim, atentos sobre o risco de dominarmos conhecimentos da doutrina Kardequiana, sem sermos, de fato, autênticos vivenciadores de seus princípios. Reconheçamos o lugar das emoções, da intuição e do total de nossa subjetividade, ao lado do pensamento racional, igualmente necessário, na linda possibilidade criativa e única em cada um de nós, de expressarmos nosso potencial humano. Respeitemos nossa totalidade, pois é só com ela que realmente evoluiremos, no esforço permanente de unir teoria e prática, construindo coerência.   

      Quando lemos, estudamos e refletimos sobre a doutrina que abraçamos, nos maravilhamos com o seu conteúdo e enriquecemos nosso intelecto. No entanto, quando vivenciamos seus princípios ou quando nos empenhamos em praticá-los é que, então, damos vida aos mesmos e os justificamos. A doutrina espírita pede para sair dos livros, ultrapassar nossa intelectualidade, atingir e impregnar com ela nossa sensibilidade, ser utilizada para expandir nossa consciência, elevando nosso Espírito, e assim, finalmente, ganhar vida, em uma nova prática humana, capaz de contribuir para um mundo melhor e para nossa própria evolução, finalidade primordial exaustivamente repetida por Allan Kardec, em suas obras. “Que o homem utilize o Espiritismo para o seu adiantamento moral, é o essencial; ... o único meio de avançar é o de tornar-se melhor.” (Livro dos Médiuns- Primeira Parte-Cap. IV, item 51). “Não olvideis que o objetivo essencial, exclusivo, do Espiritismo é vosso adiantamento...” (Livro dos Médiuns- Segunda Parte- Cap. XXVI, item 22). “Os que não se contentam em admirar a moral espírita, mas a praticam e aceitam todas as suas consequências ... são os verdadeiros espíritas...”  (Livro dos Médiuns-Primeira parte-Cap. III, item 3º).


 

20 novembro 2024

ESPIRITISMO E EDUCAÇÃO SOCIAL (publicado no Jornal Abertura de agosto/2019) Jacira Jacinto da Silva e Mauro de Mesquita Spínola

 

             ESPIRITISMO E EDUCAÇÃO SOCIAL (publicado no Jornal Abertura de agosto/2019)

                                                                Mauro de Mesquita Spínola        Jacira Jacinto da Silva

 “Um sorriso quando precisaria ser sério; uma fraqueza quando seria preciso ser firme; a severidade quando seria preciso a doçura; uma palavra sem pensar, um nada, enfim, basta às vezes para produzir uma impressão indelével e para fazer germinar um vício. Que se passará então quando essas impressões forem ressentidas desde o berço, e frequentemente durante toda a infância? Nesse aspecto, o sistema de punições é uma das partes mais importantes a serem consideradas na educação; pois elas são comumente a fonte da maior parte de defeitos e vícios.” (Hippolyte Léon Denizard Rivail, Textos Pedagógicos. 1ª Ed. São Paulo. Comenius, 1998, p. 19).

A necessidade e a premência da educação são bandeiras unânimes na sociedade moderna, reconhecida como paradigma tanto de progresso individual quanto de efetiva democracia e dignidade social. A partir do século XIX, consolidou-se com mais força a defesa iluminista da educação universal, laica e livre, como um direito de todos e ao mesmo tempo um instrumento imprescindível ao desenvolvimento econômico e social.

Hyppolite Rivail, o educador, e Allan Kardec, o fundador do espiritismo, as duas faces de um mesmo pensador, tiveram na educação a sua principal linha de pensamento. Para Kardec, a educação resumia todo o processo de evolução do espírito encarnado. Na sua mais explícita abordagem sobre o tema, mostra o valor da educação moral:

“Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. (...) Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis.”   (Allan Kardec, O Livros dos Espíritos, comentário à questão 685).

É certo que o acesso à educação progride em todo o mundo, embora em ritmo muito inferior ao que idealizaram Kardec e outros grandes pensadores de seu século e mais recentes. Os problemas são ainda imensos. Temos no Brasil, em particular, uma já enorme e ainda crescente desigualdade entre o ensino em escolas públicas e privadas; a segurança nas escolas é precária, a qualificação dos professores é deficiente, o reconhecimento dos profissionais da educação é baixo e eivado de preconceitos.

É ainda mais notável a inércia observada no desenvolvimento da educação moral e social. Em regra, a escola se dedica estritamente a conteúdo e não à formação de valores e habilidades. A escola prepara para o vestibular e para a competição capitalista.

A construção de uma sociedade livre e igualitária esbarra tanto na ignorância imperante, quanto no egoísmo e no autoritarismo dos grupos que secularmente dominam a economia, o estado e os governos, sempre relutantes ao desenvolvimento humano e à educação libertadora.

O espiritismo contribui com a agenda para a educação social em vários aspectos, tanto metodológicos quanto conceituais.

Metodologicamente, a visão espírita da imortalidade reforça a estratégia educacional centrada no ser humano (em especial o respeito à sua individualidade e ao desenvolvimento de suas habilidades naturais) e na sua existência em sociedade.

Do ponto de vista conceitual, o espiritismo oferece bases sólidas para a educação inclusiva, solidária, voltada para o bem comum, instrumentos essenciais para as pessoas, as famílias e as escolas construírem um mundo melhor. O estudo da ética e da moral que se encontra na terceira parte de O livro dos espíritos pode ser lido como uma agenda de educação ética, moral e social. São muitos os elementos pedagógicos ali presentes, podendo-se destacar, a título de exemplo: a liberdade de pensamento e ação para todos (Lei de liberdade), a superação do egoísmo e do orgulho (Lei do progresso), a igualdade de direitos entre homem e mulher e a redução da desigualdade das condições sociais (Lei de igualdade), o respeito a todos os seres humanos, a vida em família e a vida social como necessidades do espírito (Lei de sociedade), entre outros tópicos, todos tratados com objetividade e modernidade por Kardec em sua principal obra.

A agenda para educação social é urgente. Menos divisão, menos egoísmo, mais solidariedade e respeito, são essenciais à nossa sobrevivência. Nesse contexto, a presença das teses espíritas na construção de novos modelos educacionais é essencial.

     

Jacira Jacinto da Silva - Advogada empresarial, especialista em segurança de dados aposentada como juíza de direito. Presidente da CEPA por dois mandatos Presidente da CEPABrasil por dois mandatos, Membro do CPDoc, Membro do C.E.E. José Herculano Pires, SP, Diretora Presidente e Instituidora da fundação Porta Aberta.     

Mauro de Mesquita Spínola: Engenheiro, professor e pesquisador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Consultor em Tecnologia da Informação e Proteção de Dados (vanzolini.com.br). Foi Diretor Administrativo da CEPA por dois mandatos, atual diretor de Pesquisa e Produção de conteúdo da CEPA. Membro do CPDoc, Diretor do C.E.E. José Herculano Pires (São Paulo. Presidente do Conselho Curador e Instituidor da fundação Porta Aberta.

04 novembro 2024

UMA OPORTUNIDADE PARA REPENSAR O PAPEL DO ESPIRITISMO - ADEMAR ARTHUR CHIORO DOS REIS

 UMA OPORTUNIDADE PARA REPENSAR O PAPEL DO ESPIRITISMO 

                   (publicado no Jornal Abertura de janeiro/fevereiro de 2019)

       Ademar Arthur Chioro dos Reis

Em 2006, o CPDoc promoveu um profícuo debate com o professor titular de Antropologia da Unicamp José Luiz Santos, autor do livro “Espiritismo: uma religião brasileira”, cujas principais ideias registrei aqui na Coluna do CPDoc.  Para ele, o espiritismo conseguiu ocupar um importante espaço na cultura brasileira quando se consolidou enquanto uma religião cristã, assentada na caridade e em uma estrutura religiosa sui generis: uma religião de leigos, estruturada em grupos familiares autônomos e sem a hierarquia tradicional. Atribuiu a inserção cultural do espiritismo na sociedade brasileira, inicialmente, à psicografia e à mediunidade receitista homeopática, efetuada inclusive por médicos espíritas alopatas, como o próprio Bezerra de Menezes.

É inegável, entretanto, que a respeitabilidade social conquistada se deve sobremaneira ao papel relevante de médiuns como Batuíra e principalmente Chico Xavier, por meio do qual a psicografia ficou mais conhecida a partir da década de 30. Médiuns que, seguindo as orientações de Allan Kardec, fundador do espiritismo, praticaram a mediunidade de forma desinteressada, gratuita e de boa fé. Os benefícios advindos dos direitos autorais das obras mediúnicas ou das doações materiais voluntárias eram sempre utilizados com transparência na manutenção de obras assistenciais mantidas por instituições filantrópicas espíritas e reconhecidas pela sociedade e pelo poder público.

Essa postura foi fundamental, primeiro como estratégia de enfrentamento da repressão contra os espíritas na Primeira República e no Estado Novo e, após, como meio de legitimação social que perdura até os dias atuais, consolidando o espiritismo como um respeitável movimento social de classe média.

Ainda que um pequeno número de pessoas se declare espírita nos Censos, a sua influência na cultura brasileira é imensa. Um exemplo claro disso pode ser observado na difusão de conceitos filosóficos, como a reencarnação, a mediunidade ou a visão que se estabeleceu sobre a vida após a morte, fortemente representada imageticamente pelas colônias espirituais como “Nosso Lar”.

Outra face de contato e produção da imagem societária do espiritismo relevante é a procura por médiuns curadores em praticamente todo o país, que mobilizam enfermos e desenganados brasileiros, suscetíveis às mazelas do nosso sistema de saúde (público e privado), mas também de doentes oriundos de diversos cantos do planeta,

Escândalos sexuais recentes envolvendo médiuns famosos, como João de Deus, que sequer se considera espírita, para além da dimensão ética e criminal que merece nosso repúdio – e o posicionamento da CEPA condenando toda e qualquer forma de violência e o uso abusivo e antiético da mediunidade foi muito corajoso e oportuno – devem ser analisados pela fratura histórica que podem impor na imagem do espiritismo no país e em âmbito internacional.

No momento em que políticos vinculados a setores conservadores, em particular os pentecostais, assumem importantes cargos na República e sem cerimônia e com vasto apoio na mídia controlada por pastores, alardeiam que é chegada a hora de colocar em prática o “projeto da Igreja”, e considerando que sempre tiveram no espiritismo um inimigo declarado, é preciso analisar cuidadosamente o impacto que poderão acarretar ao espiritismo a inaceitável usurpação da mediunidade de cura para fins econômicos (enriquecimento de médiuns e suas famílias) e para a deplorável exploração sexual.

É também o momento de repensar o papel da mediunidade de cura. A falta de compreensão sobre a natureza da mediunidade, uma capacidade natural e não um ‘dom moral’, fez com que legiões de seguidores cegamente passassem a legitimar toda a ordem de absurdos, inclusive acobertando situações insustentáveis de violência sexual, demonstrando que perderam totalmente o senso crítico e o juízo moral.

Há os que se perguntam como podem os espíritos permitir que um médium seja um assediador. Imaginam que a moral do médium está relacionada diretamente à capacidade fenomênica, mas isso é um grande equívoco. Se assim fosse, médiuns equilibrados e moralmente desenvolvidos não poderiam servir para comunicações de espíritos obsessores e perturbados.

Vale questionar, também, como é possível que médiuns curadores desempenhem suas atividades, as vezes por décadas, sem que se faça qualquer tipo de avaliação dos resultados do seu trabalho mediúnico? Ou como, em pleno século 21, pode-se aceitar o uso de objetos perfurocortantes, ou que se recomende irresponsavelmente a substituição do tratamento convencional?

Os idólatras que se acercam deste tipo de médiuns são pessoas que ainda não compreenderam que a morte é uma contingência da vida e faz parte do processo natural, necessário para a evolução do espírito. Entre estes devem ser incluídos médicos espíritas e suas instituições ditas especializadas, que tem dado sustentação e legitimidade “científica” às situações como esta.

Trata-se de um tema difícil, mas que precisa ser enfrentado. Médiuns são seres humanos, imperfeitos, suscetíveis às mazelas da vida. Falar sobre isso, lidar com esta realidade e assumir uma posição de “tolerância zero” é fundamental. Não se trata de execrar ou condenar ninguém a priori. Todos têm o direito de defesa amplo e irrestrito, mas daí compactuar com qualquer forma de violência nas instituições espíritas é inadmissível.

Isto é triste, ainda mais quando se percebe que o espiritismo foi e deveria continuar a ser um brado contra a ignorância, uma forma racional de enfrentar temas que historicamente foram alijados da órbita da ciência exatamente pelas práticas violentas e pela exploração mística e religiosa.

Ainda que seja tarde, parece-me fundamental compreender que a verdadeira potência do espiritismo está em sua filosofia, ao sustentar a existência do espírito e a imortalidade da alma, a reencarnação e a educação para a morte.  


*Ademar Arthur Chioro dos Reis
Médico Sanitarista, Professor Universitário, Presidente da EBSERH, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

25 outubro 2024

CONGRESSO ÁGORA

CONGRESSO ÁGORA

Néventon, Alcione, Saulo Albach (do CPDoc) e Geci Camargo Vargas (esposa de Néventon)

A CEPABrasil – Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA – Associação Espírita Internacional esteve representada no I CONGRESSO ÁGORA ESPÍRITA pela sua vice-presidente Alcione Moreno e pelo assessor de comunicação Néventon Vargas, nos dias 19 e 20 de outubro de 2024, na sede do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, em Recife.

O evento revestiu-se de sucesso pleno, refletindo a própria razão da existência do ÁGORA, que tem como objetivo fomentar metodologias de forma democrática, solidária e fraterna, que oportunizem discutir, através do Espiritismo, as relações sociais numa perspectiva histórico-cultural-político-moral.

O Ágora, criado com a proposta de favorecer as altercações que contemplem as demandas da sociedade, promoveu um congresso que debateu as diversas situações originadas pelas injustiças sociais e pela falta de debates sobre as temáticas política e sociedade à luz da Doutrina Espírita e, notadamente, dando voz às minorias.

Com participantes de diversas regiões do Brasil, o I Congresso Ágora Espírita expôs e debateu as principais inquietações que povoam a mente de Alexandre Junior, seu idealizador:

·       Os desafios do Século XXI para uma prática espírita socialmente engajada;

·       A produção de saberes e a contextualização de Kardec ao Século XXI

·       O problema metodológico: ciência, filosofia e práticas espíritas;

·       Desafios para a produção de um Espiritismo Crítico;

·       Sociedade, meio ambiente e contemporaneidade;

·       O Centro Espírita com Espaço de Formação Filosófica, Educacional e Movimento Social;

·       Racismo e Racismo Religioso, Desafios para o Espiritismo Brasileiro no Século XXI;

·       Capitalismo, Neoliberalismo e Espiritualidades;

·       Analisando o Processo Mediúnico na Contemporaneidade;

·       Por uma Teoria Espírita Sobre Gênero e Sexualidades: Um Diálogo Decolonial;

·       Mulheres, Violências e Pertencimentos – O Espaço da Mulher no Espiritismo Brasileiro;

·       A Juventude e os desafios impostos pelo racismo na vivência das espiritualidades no século XXI;

·       O impacto dos Centros Espíritas na juventude: Educação para a contemporaneidade;

·       Juventude e Espiritualidade – Desafios para o Espiritismo Brasileiro no Século XXI.

A partir da esquerda: Alexandre Junior, Néventon Vargas, A Calazans e Geci Camargo