25 abril 2012

O SUCESSO DO VII FÓRUM DA BAIXADA SANTISTA


                
           Relato da companheira Eneida Barreto

          Palestras interessantes e debates ricos em qualidade marcaram o VII Fórum do Livre-Pensar da Baixada Santista, realizado em Santos-SP, em promoção da CEPABrasil, representada pela presidente Alcione Moreno.
    Paulo Muniz abriu o encontro coordenado por Miriam Moreira no CEÂngelo Prado, abordando o tema "Mediunidade sob perspectiva laica e livre-pensadora", desmistificando a superioridade e o dom divino atribuídos a médiuns, a pretensa verdade incontestável de livros espíritas e das mensagens mediúnicas.“Trata-se de processo de desenvolvimento intelectual, na comunicação mente a mente, em que pessoas comuns, com responsabilidade, seguem seus anseios de vida sem privilégios nem merecimento maior”.
    Bernardino Jr, a seguir, preferiu o debate imediato, atendendo a questões dinâmicas. Ressaltou o cuidado necessário em manifestações de guia espiritual, porque “mediunidade não tem dono, não tem chefe”. Também refutou a máxima de que todos teriam mediunidade ostensiva a desenvolver. E surpreendeu com o pensamento sugerido por um espírito amigo: “mediunidade não se desenvolve; se gerencia; deve ser cuidada como gestor de vida". Um assunto para boa discussão.
      No segundo dia do evento, no CE.Allan Kardec, Eugênio Lara  e Ricardo Nunes falaram sobre o "O Posicionamento do Espíritismo Laico frente ao Cristianismo", sob coordenação de Regina Celi Pedron.
     Eugênio ratificou a visão universalista de Allan Kardec sobre a doutrina e sua alteridade no trato das religiões. Para o codificador, o espiritismo seria elo entre racionalidade e fé, adotando, portanto, postura de conciliação, nunca de ruptura. De forma clara, instigando sobre as diferenças de  identidade da doutrina espírita e das religiões, Ricardo lembrou que o espiritismo laico não significa antirreligioso e, sim, areligioso, respeitando as confissões religiosas, sem contudo compartilhar de seus postulados e buscando outros caminhos.
     Fechando o encontro, no ICKS, Ademar dos Reis e Alexandre Machado analisaram a "Reencarnação sob a Visão Espírita do Livre Pensar", tendo Roberto Rufo como coordenador. Para Ademar, trata-se de tema sujeito a certa confusão, considerando-se a mistificação entre os religiosos que enxergam a reencarnação como processo tutelado pela espiritualidade, justificando o fatalismo e toda sorte de desigualdade  humana.”Importa o que somos no presente e o que seremos no futuro”.
    Alexandre deixa a pergunta:“quanto mais evoluimos, mais ou menos vezes reencarnamos? “Reencarnamos mais, explica, quando beiramos hoje aos 7 bilhões de humanos. Dado o aumento populacional, guardamos a evidência de que nosso espírito desenvolveu-se aqui mesmo na terra, seguindo evolução natural das espécies, como resultado dos mecanismos de adaptação ao meio”.
     Encerrado com clima festivo, em comemoração aos 25 anos de existência do Jornal ABERTURA,criado pelo pensador espírita Jaci Regis,desencarnado, o Fórum foi realizado pelo CEs.Allan Kardec, Amor Fraterno Universal, Ângelo Prado, Fraternidade Espírita, León Denis, Missionários da Luz, Geta e Instituto Cultural Kardecista de Santos.  A iniciativa mostra a importância de um espaço para reflexão de novas ideias libertadoras que estimulem o homem a abrir a mente e despertar para construções positivas em seu caminho de evolução. Sem um determinismo avassalador, o pecado que paralisa, a punição e o resgate que escravizam ou o salvacionismo que a tudo justifica, mas certo de que, como alertava o escritor Guimarães Rosa, 'o que a vida quer da gente é coragem'. Coragem para sempre recomeçar e avançar em conhecimento e atitude fraterna, apesar das dificuldades da existência. Ou talvez por isso mesmo.
    
    
            A SEGUIR, ALGUNS FLAGRANTES DO ENCONTO